segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Paciencia


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...


Lenine

terça-feira, 21 de abril de 2009

Infinito particular

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Marisa Monte

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

De Quintana



O palanque para os convidados está armado na Travessa dos Cataventos. Mario aproxima-se da multidão de milhares de pessoas, que, ao vê-lo, abre um corredor e começa a gritar o seu nome e a jogar papel picado. Mal escondendo a emoção, ele segue com seu passo trôpego amparado pela bengala até o palanque. Já estão todos lá, o governador, o prefeito, e outras autoridades, para a abertura oficial do maior centro cultural de Porto Alegre com sua programação de literatura, cinema, teatro, música, e distribuição de material didático e de pesquisa sobre o poeta. Enquanto aguarda sua vez de dizer algumas palavras, Mario tenta escutar os enfadonhos elogios anunciados pelas autoridades, mas é vencido pela vontade de isolar-se e ficar falando sozinho:

Meu bonde passa pelo Mercado

Mas o que há de bom mesmo não está à venda,

O que há de bom não custa nada.
Este momento de euforia é a flor da eternidade.

E essa minha alegria inclui também

minha tristeza...

De súbito, Mario é trazido de volta ao convívio do palanque quando um dos oradores pronuncia seu nome com mais veemência. Mario olha para o orador e acrescenta, por trás de um sorriso:

- a nossa tristeza...
Tu não sabias, meu companheiro de viagem?
Todos os bondes vão para o infinito!

sábado, 9 de agosto de 2008

Daquilo que eu sei



Daquilo que eu sei
Nem tudo me deu clareza
Nem tudo foi permitido
Nem tudo me deu certeza...

Daquilo que eu sei
Nem tudo foi proibido
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebido...

Não fechei os olhos
Não tapei os ouvidos
Cheirei, toquei, provei
Ah eu usei todos os sentidos
Só não lavei as mãos
E é por isso que eu me sinto
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!


Ivan Lins

domingo, 27 de julho de 2008


Há dentro da gente um monte de muros, barreiras que erguemos as vezes sem nos dar conta. Há também o desejo, vez por outra, de espiar o que tem do outro lado. Quando aproveitamos a coragem que nos vem e derrubamos o muro, o que vemos é sempre válido, sempre especial mesmo que não seja exatamente aquilo que esperávamos. Vale a experiência, a oportunidade dada a si mesmo. Vale pra compreender melhor que a vida da gente é unica e que portanto ousar olhar tudo o que se tem direito é o melhor caminho sempre.

domingo, 22 de junho de 2008

Música



É um mergulho em outro mundo
Um mundo de sorrisos e contentamento! :)

sábado, 14 de junho de 2008

A ton etoile



Sous la lumière en plein
Et dans l'ombre en silence
Si tu cherches un abri
Inaccessible
Dis toi qu'il n'est pas loin et qu'on y brille

A ton étoile

Petite sœur de mes nuits
Ça m'a manqué tout ça
Quand tu sauvais la face
À bien d'autre que moi
Sache que je n'oublie rien mais qu'on efface

A ton étoile

Toujours à l'horizon
Des soleils qui s'inclinent
Comme on a pas le choix il nous reste le coeur
Tu peux cracher même rire, et tu le dois

A ton étoile

A Marcos
A la joie
A la beauté des rêves
A la mélancolie
A l'éspoir qui nous tient
A la santé du feu
Et de la flamme

A ton étoile

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Alvorada



Alvorada
Lá no morro que beleza
Ninguém chora não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo
É tão lindo
E a natureza sorrindo
Tingindo, tingindo

Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Quase nada
Do que ir assim vagando
Numa estrada perdida

Cartola

domingo, 20 de abril de 2008

A Verdadeira Arte de Viajar


"A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali…
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"

domingo, 30 de março de 2008

Sonhando


"E eu que achava que soninho era soneto
Mas não é não, é dois quartetos e dois tercetos
Quero sonhá-lo em cada vão momento
O pequeno som desse soneto
Se sento e leio fico sonolento
Se sono sonho a cada vão momento
Se sonho acaba fico rabugento
Quero sonhar o sono do soneto
Que infância boa àquela do soneto
De longos sonhos sem ressentimentos
De amor de colo e de acalento
Mas agora sigo junto ao vento
De braços dados feio um cumprimento
Nesse sonho nos meus aposentos"